O livro recém publicado The Anxious Generation, do psicólogo Jonathan Haidt, analisa os efeitos das redes sociais para a qualidade de vida de crianças e jovens em diversos países. O estudo aborda a importância das brincadeiras na primeira infância para auxiliar no desenvolvimento cognitivo, e como o uso prolongado dos media interfere consideravelmente na qualidade do sono, no aumento dos índices de déficit de atenção, sensação de isolamento, comparação social e perfeccionismo. O autor ressalta ainda que esses efeitos gerados pelos media afetam mais as raparigas do que os rapazes. Ao longo do texto, oferece estratégias que podem ser adotadas por familiares e professores, além de medidas governamentais destinadas a uma reconexão com formas lúdicas de lazer e aprendizagem.
Em artigo publicado no site da faculdade de medicina de Yale, semelhantes às propositivas de Haidt, foram identificados efeitos nocivos para a saúde mental de crianças e jovens provocado pelo uso excessivo das redes sociais. Segundo estudo publicado em 2023 pelo médico cirurgião Vivek Murthy, há evidências concretas de que as redes sociais estão a afetar a saúde mental dos jovens. No entanto, conforme indicado pela pesquisa, esta é uma temática complexa, pois o uso das redes sociais e dos media em geral, também apresenta qualidades positivas, e o desafio para os pais e responsáveis é conseguir identificar o equilíbrio do tempo/motivação destinado à tecnologia. Entre as medidas apontadas pela pesquisa, elaboradas no formato de um guia de sugestões, destaca-se: 1) Determinar qual a idade que a criança/jovem poderá aceder às redes sociais; 2) Estimular que os equipamentos eletrónicos não sejam utilizados no quarto, de forma a reduzir o impacto na qualidade do sono; 3) Deixar claro para as crianças e jovens que os pais/responsáveis estão abertos ao diálogo, e que cometer equívocos é natural; 4) Adotar uma abordagem respeitosa e afinada ao estilo e jeito de ser do adolescente, de forma a estimular a troca. e 5) O processo pode ser facilitado quando os pais, assim como os filhos, adotam práticas semelhantes.
No blog da fundação Annie Casey a matéria destinada ao tema ressalta que, diante dos inúmeros desafios impostos pelas redes sociais, torna-se necessário pensar de forma transversal e conjunta, entre quem redige as políticas públicas, a sociedade civil, e investigadores, entre outros, em estratégias destinadas à criação de ambientes virtuais seguros para crianças e jovens.
Fontes:
Haidt, J. (2024). The anxious generation. How the great rewiring of childhood is causing an epidemic of mental health illness. USA: Penguin Press.
How Social Media Affects Your Teen’s Mental Health: A Parent’s Guide > News > Yale Medicine
Foto: Unsplash
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