A União Europeia quer que os influenciadores tenham competências de Literacia Mediática

Notando o impacto cada vez maior dos influencers nos conteúdos e informações que circulam online na União Europeia (UE), os Estados-Membros querem que eles somem às suas competências técnicas e criativas, competências de literacia mediática.

O objetivo é que os influencers compreendam “o potencial impacto negativo da partilha de informações incorretas e desinformação, dos discursos de ódio em linha, da ciberintimidação e de outros conteúdos ilegais ou nocivos”, lê-se no comunicado de imprensa que divulgou as conclusões tomadas no Conselho da União Europeia.

Este órgão da União Europeia – que junta mensalmente ministros de todos os governos da UE para discutirem, alterarem e aprovarem legislação e coordenar políticas – deixou quatro recomendações aos Estados-Membros da UE e à Comissão Europeia. Assim:

1) incentiva os Estados-Membros a dialogarem com os influenciadores e com as suas organizações representativas emergentes, a fim de garantir que estão cientes do seu papel no ecossistema mediático e da legislação que lhes é aplicável;

2) convida a Comissão a explorar formas de apoiar os influenciadores a nível da UE, nomeadamente através de uma abordagem política coerente centrada na literacia mediática e no comportamento responsável em linha, bem como a utilizar os fundos e programas da UE já existentes em matéria de educação mediática;

3) insta a Comissão e os Estados-Membros a desenvolverem políticas e instrumentos que promovam um comportamento responsável por parte dos influenciadores e a apoiarem a criação de organismos ou mecanismos de autorregulação, incluindo um eventual código ético ou iniciativas semelhantes para os influenciadores;

4) convida a Comissão e os Estados-Membros a assegurarem que os influenciadores participam no desenvolvimento dos aspetos da política em matéria de comunicação social que os possam afetar, incluindo o aumento da utilização da IA.

O Conselho da União Europeia mostrou-se, ainda, preocupado com o aumento do números de crianças influencers (os chamados “kidfluencers” em inglês, ou seja, influencers com menos de 18 anos) e alertou para a necessidade dos responsáveis por estas crianças as protegerem e assegurarem que elas têm conhecimento das suas obrigações jurídicas mais prementes.

Foto: Mizuno Kozuki/Pexels

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